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Sem internet e empresas falidas: o impacto dos ataques a provedores no Ceará

Ordens partiram de membros do Comando Vermelho do Ceará escondidos na Rocinha, no Rio. Empresas foram incendiadas, e moradores ficaram semanas sem internet. Po...

Sem internet e empresas falidas: o impacto dos ataques a provedores no Ceará
Sem internet e empresas falidas: o impacto dos ataques a provedores no Ceará (Foto: Reprodução)

Ordens partiram de membros do Comando Vermelho do Ceará escondidos na Rocinha, no Rio. Empresas foram incendiadas, e moradores ficaram semanas sem internet. Policial é baleado no pescoço em operação contra chefes do crime no Ceará escondidos na Rocinha Os ataques do Comando Vermelho a empresas de internet no Ceará, ordenados por membros da facção que estão escondidos no Rio de Janeiro, afetaram a população de pelo menos quatro cidades e levaram ao o fechamento de duas empresas que atuavam na Grande Fortaleza. Segundo o Ministério Público, os traficantes também são responsáveis por ordenar mais de mil homicídios no estado. ✅ Siga o canal do g1 Ceará no WhatsApp Na manhã deste sábado (31), esses integrantes da facção foram alvo de uma operação na Rocinha, Zona Sul do Rio. A ação buscou capturar chefes do crime do Ceará escondidos na comunidade. Foram cumpridos 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. Nenhuma das lideranças do Comando Vermelho do Ceará foi presa. O g1 apurou que os criminosos fugiram para a mata assim que a operação começou e não foram pegos. Durante a ação, foram apreendidos quatro fuzis, duas pistolas, um revólver, um fuzil de airsoft, munição e drogas ainda em fase de contabilização. Um homem com mandado de prisão em aberto foi preso. Ataques Criminosos atacam estruturas de empresas de internet no Pecém, na Grande Fortaleza, no dia 26 de fevereiro deste ano. Os crimes aconteceram entre fevereiro e março deste ano e atingiram empresas de Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Caridade (veja acima vídeo de um dos ataques). As ações incluíram incêndios de veículos, depredação de equipamentos, invasão de sedes e destruição de caixas de transmissão, antenas e redes de fibra ótica. Uma investigação do Ministério Público do Ceará apontou que a ação dos criminosos era em represália a negativa dos empresários em atender as exigências do Comando Vermelho, entre elas, o pagamento mensal de uma taxa de R$ 20 por cada cliente que pagava o serviço de internet. Consequências Centnas de cabos de internet foram rompidos durante ataque de facções criminosas no Ceará Reprodução O município de Caridade, a 92 quilômetros de distância de Fortaleza, foi o mais afetado, com 90% dos clientes ficando sem internet por semanas, conforme estimativa da Associação de Provedores do Ceará. Apenas clientes que pagavam pelo serviço de internet via satélite mantiveram a conexão. Nesse período, a maioria dos moradores da cidade de 22,5 mil habitantes ficou sem acesso a serviços como Pix, internet bank e sem poder se inscrever em concurso público, por exemplo. Além dos transtornos causados a população, os ataques ordenados pelo Comando Vermelho fez empresas provedoras de internet encerrarem suas atividades no Ceará. Empresa comunica encerramento após ataques. Reprodução/Redes Sociais Uma delas é a provedora de internet 'GPX Telecom', localizada em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, que em março anunciou o encerramento das atividades após ser alvos dos criminosos. "Em menos de 20 minutos, atos de vandalismo devastaram tudo o que construímos com tanto esforço e comprometimento, levando-nos a tomar a difícil decisão de encerrar nossas operações", diz um trecho do comunicado divulgado pela empresa. Infográfico mostra cidades do Ceará e bairros de Fortaleza onde houve ataques a operadoras de internet. Arte g1 Contra-ataque e prisões Após o registro dos primeiros episódios de violência, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, anunciou a criação de um grupo especial para investigar atos criminosos realizados contra empresas provedoras de internet. Desde fevereiro, mais de 50 pessoas foram presas. A prisão mais recente ocorreu no dia 15 de abril e resultou na captura do dono de uma empresa clandestina de internet. Além das prisões, veículos, diversos aparelhos celulares, armas e munições também foram apreendidos. Prisões de envolvidos nos ataques a empresas de internet 21 de fevereiro: quatro traficantes foram presos por crimes como tráfico de droga e homicídio; à época das prisões, eles não eram investigados pelos ataques às empresas, mas a polícia apontou o envolvimento deles após investigações. 1ª fase da operação Strike, 12 de março: 17 membros de facção foram presos pela série de ataques a empresas; 2ª fase da operação Strike, 14 de março: 7 foram capturados e empresas ilegais comandadas por facção criminosa são fechadas; 25 de março: um guarda municipal de Fortaleza e três comparsas foram presos suspeitos de envolvimento nos crimes. 3ª fase da operação Strike, 27 de março: 8 foram detidos na cidade de Caridade, a mais afetadas pelos ataques. Cronologia dos ataques no Ceará Criminosos destroem veículos e atacam provedoras de internet que recusam pagar 'taxa' a facção criminosa no Ceará TV Verdes Mares/Reprodução 28 de março: terceira fase da operação contra o grupo criminoso prende oito pessoas, totalizando 40 prisões de envolvidos nos ataques coordenados. 20 de março: membros da facção criminosa incendeiam carro de operadora em Fortaleza. 11 de março: criminosos jogaram pedras contra um veículo da empresa Brisanet na cidade de Caucaia. 10 de março: a fachada da empresa Acnet, na cidade de Caucaia, foi alvo de vários tiros. 10 de março: membros de facção destruíram fiação de uma empresa de internet em Caucaia. 9 de março: um dia após o governador anunciar combate a esse tipo de crime, uma empresa foi atacada na madrugada no Bairro Sítios Novos, em Caucaia. 8 de março: o governador do Ceará, Elmano de Freitas, anuncia criação de grupo para combater a facção que ataca as provedoras de internet no estado. 7 de março: criminosos destruíram várias fiações de uma operadora na cidade de Caridade; 90% dos clientes do município ficaram sem internet. 6 de março: um carro de serviço da Brisanet foi completamente destruído pelas chamas no Conjunto Metropolitano, em Caucaia. 27 de fevereiro: no distrito do Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante, onde está localizado o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), criminosos invadiram e vandalizaram uma empresa. 22 de fevereiro: no Bairro Jacarecanga, em Fortaleza, dois veículos da empresa Brisanet foram destruídos em incêndio. 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